Panmela Castro
Rio de Janeiro, 1981
Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Panmela Castro é uma artista visual dedicada à promoção dos direitos humanos, em especial à equidade de gênero. Dita nascida nas terras Pindorama e apoiada em seu pensamento de base decolonial, propõe a sustentabilidade da Casa Comum, a Terra, a partir da liderança de mulheres, negros, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, além de outros grupos que historicamente estiveram afastados dos espaços de poder e decisão.
Subvertendo a lógica elitista e sexista do mundo das artes, propagou sua obra em instituições ao redor do mundo, para além do trabalho de base em comunidades, de pessoa para pessoa, que originalmente se propôs a desenvolver.
Sobrevivente de violência doméstica, Panmela desenvolve há quase 20 anos projetos de arte, arte-educação e murais públicos de grafite para conscientizar sobre o fim da violência de gênero, especialmente por meio da Rede NAMI, organização fundada por ela e que teve impacto direto na vida de mais de 10.000 pessoas, principalmente mulheres negras, no Rio de Janeiro. O trabalho de Panmela promove mudanças estruturais na sociedade, trazendo o conhecimento por meio da arte e da comunicação para que meninas e mulheres saibam como lutar por seus direitos. “O que une toda a minha produção são as ideias que exploro a partir de minhas vivências e a troca com os outros, inclusive a minha atuação como ativista social, por meio da Rede NAMI, que é a minha contribuição prática na vida das pessoas, em especial das mulheres, sejam elas cis ou trans”, conta Panmela.
Autora de uma obra confessional, Panmela cresceu como artista e desenvolveu sua trajetória a partir das experiências marginais no subúrbio carioca, como a pichação, os bailes funk e o surf de trem. Assim interessou-se pelo diálogo que seu corpo lido como feminino estabelecia com a urbe, dedicando-se a construir obras a partir de vivências pessoais, em busca de uma afetividade recíproca com o outro de experiência similar. O cerne das inquietações da artista é descrito por ela como “alteridade e pertencimento: o trabalho é sempre sobre o amor, sobre a relação com o outro, é sobre a minha existência vivenciada a partir da existência do outro”.
Além de protagonizar uma trajetória internacional concisa nos setores de direitos humanos e acadêmicos, sua produção de artes visuais já foi exposta em museus ao redor do mundo, como o Stedelijk Museum (Holanda) que recentemente adquiriu uma de suas obras para sua coleção permanente – uma das mais importantes de arte contemporânea na Europa. A artista também participa de coleções como: Institute of Contemporary Art (ICA- Miami); Jorge M. Pérez Collection; IDB Art Collection – Inter-American Development Bank (IDB) – Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Urban Nation Museum, Berlim, Alemanha; Museu de Arte do Rio (MAR), Museu da República, Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ), Espaço Furnas Cultural, Furnas Centrais Elétricas, no Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAB FAAP, Museu de Arte Brasileira Armando Álvares Penteado, em São Paulo; The United Nations Art Collection, ONU Mulheres, Museu da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Exposições recentes incluem: ‘Ostentar é estar Viva’, Galeria Luisa Strina (São Paulo), ‘O Canto do Bode’, Casa da Cultura da Comporta (Portugal), ‘Escrito no Corpo’, Tanya Bonakdar (New York), ‘Enciclopédia Negra’, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2021; ‘Rua’, Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro), ‘Ocupa ção Lavra’, Centro de Artes Hélio Oiticica (Rio de Janeiro), em 2020; ‘Aparelho’, Maus Hábitos (Portugal), ‘Exposição Grau 360′, Museu da República (Rio de Janeiro), ‘Palavras Somam’, Museu de Arte Brasileira da FAAP (São Paulo), em 2019; ‘Street Type’, Caixa Cultural DF (Brasília), em 2018; ‘Frestas Trienal de Artes’, Sesc Sorocaba (São Paulo), ‘Urban Nation Museum Permanent Collection’, Urban Nation Museum (Berlim), em 2017; ‘Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras’, Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (Rio de Janeiro), ‘Synopsis of an Urban Menoir’, Andrew Freedman Complex (Nova York), ‘Vinil Vandals’, C’mon Everybody (New York), em 2016.
A artista foi indicada ao Prêmio Select Arte Educação, e ao Prêmio Pipa em 2020. Figurou na lista ‘The Next Generation of Activists Making a Difference’, W Magazine, em 2016; foi nomeada ‘Young Global Leader’, no World Economic Forum, Davos, Suíça, em 2013; recebeu o DVF Award, The Diller – Von Furstenberg Family Foundation, Nova Iorque, EUA; e fez parte da lista ‘150 Women That Are Shaking The World’, Newsweek Magazine, em 2012.