Espelhos
A série Espelhos transforma superfícies reflexivas em espaços de expressão coletiva e crítica. Ora íntimos, ora públicos, os espelhos de Panmela Castro funcionam como suportes para frases, tags, pinturas e reflexões. Alguns são assinados pela artista; outros, pelo público. Em todos eles, o espelho deixa de refletir apenas aparências para acolher palavras, conflitos e desejos.
A série se desdobra em obras de parede, objetos escultóricos, instalações imersivas e ações performáticas. Em banheiros, elevadores, cubos, salas inteiras ou retratos sobre vidro, a artista desloca o ato da pichação para um espaço de afeto e escuta. O que antes era um código urbano marginalizado transforma-se em um território de compartilhamento, onde quem observa também se torna autor.
Ao marcar o espelho, Panmela propõe um pacto: o que você deixa ali também é para você. A série reflete sobre o direito à autoria, à presença e à liberdade de dizer — ainda que por um instante — o que foi silenciado. Espelhos é um experimento contínuo sobre identidade, anonimato, memória e poder.






