

Eugénie Éboué-Tell
1891 - 1972 | Caiena, Guiana Francesa
Em uma fotografia de uma das Assembleias Nacionais Constituintes, entre 1945 e 1946, Eugénie Éboué-Tell destaca-se entre dezenas de homens brancos. Única em sua presença, ela ocupa seu espaço com firmeza em um ambiente até então dominado por homens. Foi uma das primeiras mulheres a integrar aquele espaço e a primeira mulher negra a ser eleita para a Assembleia Nacional Francesa. Seu cartaz de campanha para se eleger destacava a frase “Por mais liberdade, igualdade e fraternidade”, uma adaptação do lema francês que, ao acrescentar o “por mais”, evidenciava sua luta por uma ampliação dos direitos de cidadania, especialmente para os territórios ultramarinos.
Eugénie estudou na França e, aos 20 anos, retornou para se tornar a primeira professora negra do território. Em 1922, casou-se com Félix Éboué, que se tornaria uma figura política de grande relevância no continente africano e na França. Juntos, viveram em diversos lugares, como na Martinica, no Sudão e em Guadalupe.
Após a morte de seu marido, em 1944, iniciou sua carreira política, rompendo com a imagem que a limitava ao papel de “esposa de político” e afirmando sua identidade e voz próprias. Foi a única mulher a marcar presença nas três câmaras da República e deixou uma herança política sólida, que segue sendo uma referência para muitas mulheres políticas até hoje.

