

Mãe Gilda de Ogum
1935 - 2000 | Salvador, Brasil
Conhecer a história de Mãe Gilda de Ogum é, inevitavelmente, confrontar-se com a intolerância religiosa que persiste contra as religiões de matriz africana no Brasil. Como líder espiritual, Mãe Gilda foi um alicerce das tradições afro-brasileiras, oferecendo acolhimento àqueles que buscavam orientação e enfrentavam a discriminação religiosa e racial. Iniciada no Candomblé em 1976, no Terreiro de Oya, foi consagrada Yalorixá sete anos depois. Em 1988, fundou e registrou o Terreiro de Candomblé, Axé Abassá de Ogum, em Salvador.
Além de sua atuação espiritual, esteve engajada em ações comunitárias no bairro de Nova Brasília de Itapuã, participando de manifestações públicas e conquistando direitos que impactaram positivamente sua comunidade. Em 2000, Mãe Gilda foi atacada por membros de uma igreja protestante, que a agrediram verbal e fisicamente. No mesmo ano, um jornal religioso publicou uma foto da Iyalorixá, insinuando falsamente que ela explorava a fé das pessoas. Esses ataques, somados aos traumas emocionais que causaram, agravaram seus problemas cardíacos, resultando em sua morte.
Sua morte trágica gerou mobilização e trouxe visibilidade às questões de intolerância religiosa, destacando a discriminação religiosa como um crime no Brasil. Isso levou à criação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, como marco do compromisso do país em combater a intolerância religiosa e garantir a liberdade de crença para todos.

