

Maryse Condé
1934 - 2024 | Pointe-à-Pitre, Guadalupe
“Alimentar sonhos de liberdade.” Essas palavras de Maryse Condé sintetizam sua trajetória como escritora e ativista, sempre dedicada a empoderar mulheres, especialmente no mundo francófono. Reconhecida como uma das autoras mais premiadas da literatura francófona, Condé se destacou como uma grande voz da literatura contemporânea, recebendo, entre outros, o Novo Prêmio da Academia de Literatura em 2018.
Doutora em Literatura Comparada pela Sorbonne, Maryse Condé lecionou em universidades de prestígio, como Berkeley, Universidade da Virgínia e Columbia, onde fundou o Centro de Estudos Franceses e Francófonos. Sua obra literária, com títulos como Segu (1984) e Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem (1986), aborda o legado da escravização, o colonialismo e as opressões de gênero. Em suas páginas, mulheres históricas e fictícias ganham voz, rompendo com as limitações impostas por suas realidades. Maryse afirmava que escrevia também para responder às suas próprias inquietações, explorando as tramas da identidade e da memória, e buscando entender seu lugar como mulher negra e escritora.
Como ativista feminista, Condé se destacou por sua crítica incisiva aos sistemas políticos e sociais, abordando de maneira provocadora as questões de racismo e desigualdade de gênero. Sua obra não apenas influenciou a literatura, mas também alimentou um movimento mais amplo por justiça social e pelos direitos das mulheres, tornando-se uma referência no debate sobre liberdade e identidade.













