Mulheres Negras Não Recebem Flores
Nesta série, Panmela Castro pinta flores que recebeu de amigas, colegas e desconhecidas. Cada flor recebe o nome da pessoa que a ofereceu. O gesto nasce de uma busca pessoal por afeto, mas também comenta a ausência histórica desse tipo de reconhecimento dirigido às mulheres negras.
O título da série faz referência irônica a uma frase que viralizou nas redes sociais — “mulheres negras não recebem flores” — e dialoga com a teoria da solidão da mulher negra, desenvolvida por autoras como Ana Cláudia Lemos Pacheco, Claudete Alves e bell hooks. Ao transformar cada flor em pintura, a artista cria um arquivo de gestos de cuidado e desafia o apagamento simbólico dessas experiências.
As obras funcionam como registros sensíveis de uma tentativa de conexão. Cada imagem carrega um nome, uma relação, uma lembrança — borrando as fronteiras entre o gesto íntimo, a performance pessoal e a crítica social.


























